Buenas, pessoal!
Sob cerração saímos hoje pela manhã do Camping das Pedras, em Marques de Souza, para cumprirmos o último dia da nossa jornada ciclística rumo ao Salto do Yucumã, no município de Derrubadas, divisa com a Argentina.
Mas a trégua do sol foi curta. Poucos quilômetros adiante apareceu com força e vigor, e se transformou no fator determinante do ritmo que impusemos à pedalada. Enquanto o protetor solar deu conta do recado, pedalamos. Todavia, com a temperatura subindo rapidamente, e o calor que emanava no próprio asfalto, já em Lajeado (30 km à frente) fizemos uma parada estratégica, à sombra de árvores bem copadas, para darmos um refresco ao lombo ardido.
Logo depois, cruzamos a ponte sobre o Rio Taquari, que traduzia o tempo dos últimos dias: águas barrentas em função de tanta chuva. Parecia chocolate derretido.
E mesmo sob o sol do meio-dia, aproveitávamos cada descida para embalarmos as bicicletas e nos aproximarmos do ponto de parada para o almoço: o Restaurante Rosinha, em Fazenda Vila Nova. Se a foto abaixo for ampliada (basta clicar em cima dela e optar vela visualização em tamanho grande), aparecerão o Paulo Augusto e o Luiz Eduardo muitos metros à minha frente, e eu a 42 km/h tentando alcançá-los. 30 anos a menos fazem diferença...
Chegamos no tal restaurante às 12h30min, almoçamos, encontramos uma bela sombra nos fundos do posto de combustível, e só retomamos a pedalada às 15h30min, depois de uma sesta providencial deitados sobre o gramado que havia debaixo das árvores. O calor realmente desanimou-nos a voltar à estrada antes desse horário.
Vencendo lentamente o trecho, subindo as coxilhas de um lado para descê-las do outro, fomos encurtando os 95 km que tínhamos que percorrer para finalmente chegarmos às portas de Montenegro.
Para amenizar o calor insuportável, valia de tudo: na parada reproduzida na foto abaixo o recurso foi uma fatia de melancia gelada. Já estávamos em Tabaí, e a profusão de tendas vendendo produtos coloniais e frutas da estação veio em nosso favor.
Mais adiante, a primeira placa indicativa do nosso destino: Montenegro!
Ingressamos na RS-287, em Coxilha Velha, dispostos a vencer, em 1 hora os 18 km que nos separavam de casa.
Mas... quem podia imaginar que furaria a câmara traseira da minha bicicleta? Senti o pneu murchando devagarzinho, a bicicleta ficando cada vez mais pesada, avisei aos guris dos problema e passei a torcer que conseguisse chegar rodando até o posto de combustível existente no Bairro Cinco de Maio, a exatos 2 km de casa. Cheguei! De arrasto, mas cheguei. Com ânimo ainda para fotografar nosso cartão de visita mais conhecido, o Morro São João. É bonito de qualquer ângulo!
Enquanto calibrava o pneu, o Paulo Augusto se parou do meu lado e a câmara traseira da sua bicicleta também estava furada! Que coisa! Resolvemos que perderíamos muito tempo para consertar as duas bicicletas estando apenas a 2 km de casa e fomos empurrando as magrelas lomba acima no Bairro Cinco de Maio.
É como sempre dizem, "só termina quando acaba". Jamais poderíamos prever que tão próximos do final da nossa cicloviagem teríamos esse problema. E que chegaríamos empurrando duas das três bicicletas por conta de câmaras furadas.
Mas, enfim, estamos em casa. Queimados do sol, cansados, com todo o desmonte para ser providenciado, mas detentores de mais uma experiência de inestimável valor, que foi essa percorrida de 846 km rumo ao Salto do Yucumã.
Que venham as próximas aventuras, os novos destinos. Que surjam novos adeptos das cicloviagens e do cicloturismo. Que possamos transformar nosso Estado num celeiro de cicloviajantes, e que a acolhida a todos os turistas - que nos é tão peculiar - se estenda àqueles que chegam em nossas cidades montados sobre suas bicicletas, esse jeito barato, ecologicamente correto, silencioso, divertido, democrático e desafiador de conhecermos o mundo ao nosso redor.
Obrigado a todos que nos deram o prazer da sua companhia como caroneiros virtuais da cicloviagem narrada neste blog. Foi um prazer compartilhar desses momentos com vocês.
Um grande, um enorme, um... Bait'abraço!